quarta-feira, 24 de setembro de 2014

HAJA PACIÊNCIA!



Reformar um veleiro é coisa de louco, nunca acaba, sempre tem mais uma coisinha pra fazer.
Em 15 de março de 2013 iniciamos a reforma do Piano Piano, que viria a se transformar no Vivre (veja o post deste dia aqui), após 188 dias em 19 de outubro de 2013 o mastro do Vivre foi erguido novamente (veja o post aqui), de lá pra cá a reforma do barco foi feita com calma e de acordo com as condições financeiras da família, mais de acordo com o dinheiro do que calma, depois que o mastro subiu eu mesmo refiz a parte elétrica do barco inteira, arranquei cada cabo elétrico que tinha no veleiro e troquei por novos, hoje não temos emenda no cabeamento elétrico do barco, exceto na fiação que vem do mastro, o bastecimento de água doce esta pronto com uma bomba pressurizada e uma bomba daquelas de pé. Além disso a genoa é nova e a mestra esta totalmente reformada com um riso a mais, ela que tinha somente um riso agora tem dois.

Como o que já esta feito esta muito bem feito, o negócio é olhar para frente e ver o que falta arrumar, e ainda tem umas coisinhas, a primeira é regular o mastro e instalar o enrolador de genoa nele, então  o barco já vai estar pronto para velejar novamente, depois temos que fazer o acabamento interior e acabou, eu acho!

Apesar do barco ainda estar em reforma, este ano velejamos algumas vezes e o nosso réveillon foi no veleiro, uma nova tradição da família, mas na maioria do ano o barco ficou na poita (hoje o Vivre tem sua poita própria) e nós simplesmente fomos dormir no barco, como se ele fosse uma barraca flutuante, e vou te dizer uma coisa, é frustante constatar que hoje temos um barco que serve de barraca!

Meu conceito de barco perfeito é de casinha mesmo, gosto de fogão, cama bem arrumadinha lençóis, travesseiros, rádio, luz panelas, jogos tudo dentro do veleiro.

Paciência é uma virtude que eu não tenho, ou não tinha, o Vivre me ensinou meio na porrada a ser um pouco mais paciente, agora é raspar o cofrinho e terminar as coisinhas que ainda faltam para retomarmos as velejadas e passeios nos finais de semana!

De tudo isso o que mais me agrada foi reformar o barco sem gastar muito, eu mesmo fiz muitas coisas e isso leva tempo já que só posso trabalhar no barco aos finais de semana, se fosse fazer de novo uma reforma eu traria o Vivre mais para perto, talvez subíssemos a serra juntos, eu fico imaginando como seria curioso chegar com um veleiro e coloca-lo em um terreno que tenho aqui em Caçapava e também como facilitaria o trabalho!

Bem, agora só falta um pouquinho... Haja paciência!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

MAR E SOM!


Sol, mar, família, descanso, celular desligado, e a máquina de tempo (o barco) trabalhando para que seu dia seja perfeito, neste cenário nada melhor do que música, pode ser qualquer estilo, desde que você goste, é isso meus caros, um barco pede, quase implora, por um equipamento de som, principalmente se você estiver ancorado e tomando aquela cervejinha gelada!

Eu gosto muito de rock, ouço bandas como Iron Maiden, Nirvana, Pitty, mas também rola um Nando Reis, Ira, The Cranberries, Los Hermanos, Engenheiros do Hawaii e por ai vai, porém, meu vizinho pode detestar esse estilo de música e se eu abusar do som vou estragar, no minimo incomodar, o dia da família que esta no barco ao lado, ou o cara pode ficar invocado e "tampar" meu som com um FUNK no último volume do equipamento de som dele, que com certeza é bem melhor que o do Vivre, ainda mais se o barco for uma lancha.

Resolvi fazer este post no dia em que passei pela Ilha da Cutia em Paraty e lá tinha uma lancha bem grande tocando uma música muito, mas muito alta, além da música não me agradar, percebia-se nos outros barcos um constrangimento pelo fato do pessoal estar bem alcoolizado, as meninas estavam soltinhas e só não rolou um stripee tease pois alguém lá na lancha, em um lampejo de bom senso, colocou as meninas para dentro, que fique claro que não tenho nada contra o streep tease e confesso que fiquei bronqueado com o cara que recolheu as beldades, mas vamos voltar ao assunto.

Um som para o barco deve ser marinizado, deve ser de muito boa qualidade, com twiters e auto-falantes das melhores marcas e equalizadores de vários canais, um investimento de no mínimo R$ 2.000,00...
...ou pode ser um radinho igual ao que eu tenho no Vivre, veja ai:

Investimento: R$ 70,00
Mais do que o equipamento, o que realmente importa é o respeito com as outras pessoas, fiz uma listinha com algumas regras que eu sigo para não me tornar inconveniente:
1- Quando for chegar em algum lugar abaixe ou desligue o som, chegue no estilo veleiro, ou seja, quietinho sem fazer barulho.
2- Som a noite, só se for bem baixinho, principalmente se tiver outros barcos por perto.
3- Durante o dia pode colocar a música um pouco mais alto, mas com bom senso, eu costumo dizer que se você necessita aumentar a voz para conversar deve abaixar o som do rádio.
4- Nem todo mundo gosta do mesmo estilo de música, e ninguém é obrigado a escutar sua banda preferida.

 Música combina muito bem com respeito!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

DE VENTO EM POPA! (PARTE 2)

Continuando de onde parei no post anterior, acordamos bem cedinho no sábado (06/09/2014) e nossa previsão de que a previsão do tempo iria falhar se confirmou, mar tranquilo e quase nada de vento, mesmo assim resolvemos sair rizados, arrumei a mestra e deixamos tudo pronto e resolvido no convés para que quando abríssemos as velas nenhum cabo viesse a dar trabalho, foi ai que o Malito me fez duas perguntas que eu não soube responder:
- Qual a finalidade da bicha? (aquele cabinho na valuma da mestra)
e a segunda foi
- Como se chama o cabo que caça a esteira da mestra? Aquele que vai amarrado no punho da escota?
Não soube responder e ainda não sei, fico aguardando a resposta de vocês!

Assim que saímos da marina do engenho um ventinho bem legal, mas bem na cara, portanto, fomos a motor até um determinado ponto (gostaria de ter encontrado a carta náutica digital da região, mas não encontrei, por esse motivo não tenho como explicar em detalhes o nosso percurso), quando o Malito achou que já estávamos seguros e longe de um banco de areia resolvemos abrir a genoa e subir a mestra em uma orça apertada, foi ai que descobrimos que a mestra não armava de jeito nenhum, ficava feia, toda enrugada, mais tarde, bem mais tarde, descobriríamos que isso aconteceu pois não soltamos o amantilho, novamente esqueci desse cabinho cachorro!

No caminho, para a cotia, tivemos alguns problemas com o GPS o que me fez pensar que deveríamos ter traçado uma rota no bichinho ao invés de sair por ai esperando os perigos aparecerem na telinha para desviar, se bem que os perigos reais o Malito já tinha marcado, mas uma laje bem profunda (mais de 8 metros de profundidade) não escapou e passamos bem por cima dela!

Chegamos na ilha da cotia, e esperamos o almoço que foi encomendado no barco bar, uma porção de lula à dore, que estava uma delícia, nadamos um pouco na água gelada e depois esperamos a hora de partir apreciando a paisagem e jogando conversa fora, o tranquilidade seria total se não fosse uma lancha com uma turma bem alegrinha e com um som horrível no volume máximo, uma pena que nem todo mundo que vai ao mar respeita a tranquilidade e o espaço dos outros!

Lá pelas 14:00 resolvemos voltar, queríamos sair da baía e ver como estava o vento la fora, e estava bem fortinho, por isso resolvemos ir só de genoa, o problema foi que, se na ida pegamos vento na cara, na volta ele estava na popa, então traçamos uma rota para que pudéssemos receber o vento em uma popa rasa, e ai é que nós apanhamos da vela, ela não armava de jeito nenhum, sempre querendo fechar, não teve jeito, saímos um pouco mais e conseguimos uma alheta. Nunca tinha velejado com vento de popa, geralmente vou de través e as vezes numa orça folgada, sempre seguindo uma regra que eu acho certa, começa com as velas bem caçadas na orça e vai folgando conforme vai arribando.

E aquele carrinho que fica correndo de um lado pro outro? No vivre não tem esse negócio não e a escota a mestra fica presa bem no meio o poço, me lembrei que li em algum lugar que o carrinho fica sempre do outro lado da retranca, ou seja, retranca a bombordo carrinho a boreste, mas não tenho certeza!

Apesar da falta de experiência com os aparelhos do Clipper e a surra da vela na popa rasa, foi divertidíssimo, portanto, não poderia ser melhor e estava tudo certo!

No final da tarde lá pelas 17:00 já estávamos na vaga do Clipper, ai foi arrumar o barco e tocar de volta para o escritório!

Olha ai umas fotos:

Malito no comando!

Selfie!

Brigando com o GPS HIPER MEGA PLUS MASTER do Clipper

Sobrou pra quem puxar a corrente e a âncora de 15 quilos?

Pela cara dá pra imaginar como foi o fim de semana!

E foi isso amigos, agora é velejar o vivre para que ele não fique com ciúmes!
Pra finalizar, gostaria de avisar que o Clipper esta a venda, interessados podem entrar em contato comigo pelo e-mail walnei.antunes@gmail.com que eu coloco o Malito na linha, o preço esta excelente.
Até mais!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

DE VENTO EM POPA! (PARTE 1)

Finalmente, depois de alguns meses consegui desfraldar velas, mas não foi no Vivre e nem em Ubatuba. Para que o post não fique cansativo resolvi dividi-lo em 2 partes, vamos a primeira.

Tudo começou com uma mensagem do Luiz Malito pelo facebook me perguntando se eu queria velejar o Clipper em Paraty, claro topei na hora, só havia um pequeno problema, a previsão do tempo. Durante a semana toda meu facebook ficou repleto de amigos velejadores comentando sobre o tempo, a marinha enviava avisos constantes de mar grosso e vento forte, o windguru e o cptec inpe a mesma coisa, mesmo assim resolvemos arriscar, se a previsão se confirmasse simplesmente não sairíamos.

O Malito me pegou em Caçapava por volta das 13:00hs e partimos para Paraty, mas antes passamos em Ubatuba para pegar uns adesivos do Clipper feitos pelo pessoal da VBROS adesivos para barcos, esse pessoal é um exemplo de bom atendimento e qualidade, quem dera todo prestador de serviço de Ubatuba, principalmente ali na Ribeira, aprendesse a fazer um serviço de qualidade  como o pessoal da VBROS, parabéns para eles.

Chegamos em Paraty e "caímos" para dentro do Clipper para fazer uns reparos na parte elétrica, separamos o automático da bomba de porão do resto do circuito para que, mesmo com o painel desligado ela funcione, reparamos também o cabo que alimenta o motor de arranque do Yanmar zerado do veleiro, não imaginava que meu curso de eletricista no SENAI me serviria tantos anos depois, com os conhecimentos adquiridos lá em 1991 fiz a elétrica do Vivre, ajudei a dar um talento no Clipper e estou esperando o Juca chamar para fazer o projeto elétrico do Malagô!

Já era início da noite quando fomos até Paraty para comermos alguma coisa, cara que preços são aqueles, R$ 20,00 uma garrafa de cerveja que pago R$ 5,00 aqui em Caçapava, assim não dá! Logo que voltamos para o Clipper chegou o Daniel, o terceiro tripulante, o Daniel é um cara super divertido, gente boa e muito de bem com a vida, o mundo da vela é assim, de vez em quando conhecemos pessoas realmente diferentes que fazem a gente imaginar que o mundo ainda tem jeito e que vale a pena esperar algo de bom do ser humano, para minha alegria ele trouxe uma garrafa de vinho português e algumas cervejas, pronto, o papo de popa foi até 1 da madrugada. Durante nossa animada conversa o Malito levantou a peteca do vento, consultamos o windguru e percebemos que o a previsão de vento para a noite não estava se confirmando, vento zero lá na marina do engenho!

Decidimos que se a previsão continuasse falhando iriamos sair bem cedinho no dia seguinte, e assim foi...

No próximo post vou falar da nossa velejada e como foi difícil acertar as velas em um vento de alheta, por enquanto vou deixar uma foto do belo veleiro Fast 303 que é  o Clipper!


terça-feira, 2 de setembro de 2014

VELEJADA DE 02/09/2014

Hoje fomos velejar, eu o Gabriel e o Arthur, alguns podem me criticar mas o Gabriel de apenas 4 anos fez tudo, soltou as amarras, ligou o motor, içou as velas e conduziu o próprio barco até a Praia do Sul, que fica na Ilha Anchieta lá em Ubatuba, vejam o vídeo:


Pegando emprestado o bordão de uma amigo,
VAMOS NA IMAGINAÇÃO MESMO!