terça-feira, 30 de agosto de 2016

DE 2008 A 2016. (Parte 2)

Se você ainda não leu a parte 1 clique AQUI.

2010 e 2011

2010 foi uma ano de muito trabalho e apesar de trabalhar com afinco eu não conseguia parar de pensar em comprar um veleiro, meu tempo livre era preenchido com vídeos  sobre veleiros no youtube e blogs sobre veleiros, lia tudo, assistia tudo as páginas que eu mais visitava eram:

O Blog do Gaipava
O Blog do Cusco Baldoso
O Blog do Aquarela
O Blog do Maracatu

Ainda hoje guardo todos esses blogs com muito carinho e as vezes ainda dou uma olhadinha em alguns posts da época.
Como era fantástico ler aqueles textos, eu me imaginava naquelas situações, comecei a aprender algumas palavras da linguagem marinheira, mas quando eu falava para as outras pessoas que eu gostaria de ter um veleiro a resposta era imediata "VOCÊ É LOUCO" ou "ISSO NÃO PRA NÓS, É COISA DE MILIONÁRIO).

Um belo dia navegando pelo youtube descobri um vídeo que se tornou meu vídeo de cabeceira


Assistia esse vídeo no mínimo 2 vezes ao dia, sempre quando chegava no escritório e outra vez antes de ir embora, foi assim por meses.

A convivência com os sócios, na verdade um deles, já não era mais tão tranquila e o clima na empresa começou a ficar tenso, pesado, insuportável, e no final do ano não deu outra comprei a parte dos sócios na empresa e a assumi completamente.

No dia 07 de Dezembro de 2010 nasceu o Gabriel.
 Assim terminou 2010.

Janeiro de 2011, como era difícil administrar uma empresa sozinho, o trabalho novamente era a única coisa que eu fazia, novamente estava trabalhando das 07:00 as 22:00 de segunda a segunda até que um belo dia o inevitável aconteceu, tive uma crise nervosa gravíssima, não entendia o motivo, estava tudo certo, tinha comprado uma chácara a empresa já tinha dois carros e oito funcionários, mas isso não foi suficiente para evitar a crise nervosa, lembro como se fosse ontem:

O telefone não parou de tocar o dia inteiro, a cada trim trim meu coração acelerava, fui me irritando, minha pressão subiu um pouco e o telefone lá trim trim trim, aquele barulho parecia ensurdecedor, entrava na minha cabeça através do meu ouvido como uma agulha de trico, fui conferir a lista dos pagamentos dos clientes pelo software do banco e não abria nada, caiu a internet e o telefone la trimmmm trimmmmm trimmmmmmm no final da tarde antes dos funcionários irem embora me tranquei na minha sala e chorei, chorei de desespero, de raiva, de arrependimento, chorei de dor de autopiedade, chorei de pânico, chorei por quase uma hora sem motivo nenhum.

Uma semana depois da choradeira lá estava eu sentado de frente ao médico, o diagnóstico foi simples, stress, tinha que desacelerar, tinha que mudar de vida ou poderia morrer "dos nervo".

Entre meus clientes sempre tive amigos, o Herbert, que já frequentou os posts do nosso blog (veja aqui e aqui) é um deles,e um outro amigo muito especial é o Fábio, dono de uma maravilhosa padaria aqui em Caçapava, foi para o Fábio que contei sobre meu episódio de stress ele prontamente me receitou velejar, o estranho que eu nunca tinha falado para ele que já estava sonhando com um veleiro fazia tempo e apesar de sempre ler e assistir tudo sobre veleiros nunca tinha procurado um para comprar, o Fábio me falou que o preço poderia ser menor do que eu imaginava e abriu o site do mercado livre, era só escolher um que coubesse no bolso e começar a viver, não por acaso encontrei um Tahiti 16 pés chamado Vivre que me chamou a atenção, o nome do barco parecia um recado pra mim, foi ai que começou outra fase da minha vida.

A Foto do Vivre no anúncio do mercado livre



Continua...

Parte 3

domingo, 28 de agosto de 2016

DE 2008 A 2016. (Parte 1)

O Vivre vai ter que subir para uma nova reforma, como todos sabem que isso fica caro, quem sabe até um pouco além das minhas possibilidades hoje, então fiz uma retrospectiva para ver se compensa ter um veleiro, a resposta foi um grande SIM, COMPENSA, sem sombra de dúvidas compensa, meus veleiros me salvaram de uma vida enfadonha e sem graça, me resgataram de uma vida de zumbi corporativo, veja como:

2008 e 2009- O CHAMADO:
Um "bocadinho" de grana investida em papéis da Petrobrás e da Vale, tinha até uma quantia legal de dinheiro lá, o pé de meia que juntei durante algum tempo, minha vida profissional estava bem definida, tinha acabado de ser convidado para fazer parte do quadro de sócios de uma grande empresa de automação comercial líder de mercado aqui no Vale do Paraíba, trabalhava de segunda a segunda das 07:00hs até as 22:00hs, todo dia mesmo, nessas alturas eu já era um zumbi corporativo e estava realmente satisfeito com essa vida.

Do meio do ano pra frente os telejornais começaram a falar sobre uma crise da bolsa de valores e eu na minha ignorância achei que minhas ações seriam imunes a tormenta que se anunciava, ahh se eu já fosse velejador naquela época, com certeza teria procurado um local abrigado para a minha grana antes da tempestade chegar, mas não era e vi meu patrimônio evaporar junto com a bolsa, perdi muito dinheiro mesmo, no fim do ano já estava vendendo carro e casa pra cumprir meus compromissos, foi uma época triste, contudo, foi o meu despertar, passei a me perguntar o que eu estava fazendo da minha vida, meus filhos cresciam e o maior tempo que eu passava com eles era um domingo por mês, e nesses domingos geralmente estávamos em competições de judo, competitivo como todo zumbi corporativo eu achava que estava forjando neles um caráter forte e rígido através das competições de judo, não entendia que o judo na idade deles era bom mas as competições para crianças daquela idade eram cansativas e até causavam frustrações, meus filhos achavam que eu esperava que eles só ganhassem e eu não fui pai o suficiente para deixar claro que isso não era verdade, e assim eles abandonaram o esporte e ficaram aliviados com isso. Estávamos sem carro e de mudança para uma nova casa que agora era alugada, e assim entrou 2009.

Eu tinha mudado, sempre fui um cara estressado, nervoso, queria que meus filhos fossem os melhores em tudo que participassem, queria que as pessoas olhassem o comportamento deles e comentassem sobre a educação impecável que eu dava a eles, tinha meus motivos pra isso, minha primeira mudança foi perceber que eu queria que eles fossem eu, então relaxei, não na educação deles, mas na preocupação de querer mostrar que eles eram bons, a segunda mudança foi querer enfrentar meus medos, por isso, apesar da situação, comprei duas passagens para um cruzeiro pela costa brasileira, só eu e a Lena, pois é eu morria de medo de navios fobia mesmo, dividi as passagens em 12 vezes, peguei o resto dos dólares que eu tinha em casa e zarpei em fevereiro de 2009. O cruzeiro passava por Santos, Búzios e Ilha Grande, e foi lá na Ilha Grande que tive a visão que mudaria minha vida, um veleiro de madeira apoitado numa baía calma e tranquila, pensei que se eu tivesse dinheiro gostaria de ter um brinquedo daquele, pensei na vida que o dono daquele barco levava a bordo daquela maravilha, pensei nas horas que ele passava com os filhos dentro do veleiro, depois disso raras foram as noites que eu dormia sem pensar em ter um veleiro.

Minha neguinha em seu momento Titanic

O Veleiro que mudou a minha vida.

Assim que desembarcamos em Santos eu falei pra Lena:
- Vou comprar um veleiro pra nós.
- Ué, Não é você que morre de medo do mar? - Disse ela.
- Não mais, acho que nasci pra viver no mar.

Ainda em 2009, no final do ano fomos pra Porto Seguro, os momentos que eu mais gostava eram os passeios de escuna, agora eu me sentia bem em cima de um barco. Ahh também gostei de interagir com um bicho preguiça, rolou uma identificação com a aquele bicho tranquilão mas com garras que assustavam. Certa vez, no começo da minha carreira, em uma entrevista de emprego me perguntaram que animal eu gostaria de ser, respondi que gostaria de ser um tigre, ágil, feroz, agressivo, grande e imponente, hoje responderia que gostaria de ser uma preguiça.

Eu e o Willyan em uma escuna lá em Porto Seguro


Eu e a preguiça.
Assim terminou 2009.

Ultimamente tenho escrito posts longos que necessitam ser publicados em mais de uma parte para não se tornarem cansativos, esse não foge a regra!

Continua...

As outras partes do post:
Segunda parte
Terceira parte

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

ATITUDE EM PARATY (PARTE FINAL)


As outras partes deste post:
Parte 1
Parte 2



Depois de uma gostosa navegada noturna dormi bem, de manhã enquanto preparávamos o barco para irmos embora eu sentia que o final de semana estava incompleto, faltava uma velejada, de forma sorrateira abri app do windguru e ele falava de um vento entre 10 e 14 nós, mostrei para o Herbert a previsão e ele se animou, para minha satisfação a ideia de sair cedo tinha ido por água abaixo e começamos o preparativos para nos fazer ao mar e velejar.


Minha área de conforto é até os 10 nós, nunca me arrisquei em ventos mais fortes, mas a sede de velejar foi maior do que minha barreira psicológica e saímos com um vento de 5 nós e todo o pano em cima, o Atitude estava vestido com uma bela mestra e uma buja no enrolador, mas ele tem as outras roupas de gala estivadas lá na cabine, deixamos a ilha da bexiga por bombordo e nos posicionamos em uma área bem aberta la na enseada de Paraty velejamos adernados até os 11 nós por uns 10 minutos, foi ai que o windguru errou, o vento começou a subir e bateu os 17 nós isso pra mim é vento pra dar com pau, rizamos a grande e o vento aumentando o Herbert na cana de leme e eu fazendo os trabalhos de vela, quando chegamos aos 14 nós o mastro tremeu, nunca tinha visto aquilo, ai a calma foi pra casa do chapéu, meus comandos passaram de da Arriba para "VIRA PRO OUTRO LADO",  de caça a escota para "PUXA A CORDA", por sorte os cabos do Atitude estão todos bem a mão, é um barco preparado para velejada em solitário, todas as adriças e escotas chegam no cockpit, o Vivre ainda não é assim, e terminar de baixar a grande foi tenso, mas não foi sofrido, depois que a vela estava arriada entrei por baixo da retranca e fui prendendo a vela nela com elásticos, isso num ventão de 16 nós, saí de baixo da retranca com ar de vencedor e certo de que o mastro tinha parado de tremer, que nada, continuava tremendo só com a buja, achei que o mastro viria abaixo, não tive outra alternativa a não ser enrolar a buja, que facilidade, se fosse no Vivre seria muito mais difícil de fazer isso, o Herbert realmente comprou um barco bem arrumado, fácil de velejar, mas arisco como um cavalo bravo, alguém disse que o Spring é um barco dócil e lento, não o Atitude, é rápido, orça praticamente sozinho e como orça.

Com as velas escondidas e o motor ligado procuramos um cantinho na Ilha da Bexiga que estivesse ventando menos, achamos uma sombrinha de 3 metros de profundidade onde o vento não passava dos 4 nós, lançamos o ferro, a conversa foi mais ou menos assim:
- Herbert, viu aquele mastro tremendo?
- Walnei acho que minha perna tremeu mais.
- Cara, tem algo errado com seu estaiamento, talvez regulagem - disse eu.
- É verdade Walnei, agora toma essa cerveja pra relaxar.
- Deixa ela ai no gelo, quando chegar lá na marina eu vou mandar ela pra dentro!

Boiamos mais um tempo e tocamos pra marina do Farol, quando estávamos próximo passei o rádio pra pedir apoio, e o vento cantava nos estais do barco, atracar foi uma aventura a parte, toda realizada pelo Herbert, ajeitava o barco mas o vento não nos deixava entrar na vaga, o apoio que estava em terra com as amarras na mão esperando o barco entrar na vaga pulou no bote e deu um empurrãozinho na nossa proa e o Atitude encaixou na vaga direitinho. Arrumamos tudo e eu peguei aquela cerveja e fui tomar na prainha do Atitude, que aliás é outro ponto forte do barco, um espaço enorme lá traz, que barco fabuloso pensei, pena que esse backstai atrapalha um pouco a saída para a prainha... BACKSTAI....puta merda achei o defeito do barco, estava no marinheiro, o backstai não faz parte do meu dia-a-dia no Vivre e eu me esqueci dele, eu devia caçar o bicho, mas esqueci, que vacilo, da próxima não vai ter erro, pelo menos não esse.

As lições do dia pra mim foram:
1-) O mastro tremendo da medo.
2-) Paraty é melhor do que eu imaginava (desculpa ai Ubatuba).
3-) Spring 25 é um barco fantástico.
4-) O backstai tem uma função importante.

As lições que eu ensinei ao Herbert:
1-) Velejar não é só aquilo que ele tinha visto até hoje.
2-) Veleiro aderna mais do que ele gostaria.
3-) Veleiro não capota.
4-) Todo velejador deve ter pelo menos um par de cuecas marrom a bordo.
5-) E que aduchar os cabos não é dar uma ducha neles!

É isso gente foi fantástico espero que o Herbert me convide para velejar o Atitude novamente, gostaria de pegar outro ventão com ele.


Cabos devidamente aduchados


sábado, 13 de agosto de 2016

ATITUDE EM PARATY (PARTE 2)

Parte 1 deste post

Continuando de onde parei, chegou o dia de conhecer o Atitude, que veleirinho caprichado, o projeto muito bem desenhado priorizando o espaço interno da cabine, um 25 pés com cabine privativa, banheiro fechado, um paiol absurdo de grande e um cockpit digno de um 30 pés, a gente fica preso em barcos como Fast, Atoll, Brasilia e deixa passar alguns projetos que mereciam maior destaque no mundo da vela, acho que o Herbert, como está chegando agora não teve tempo de ser "catequizado" pela doutrina do Cabinho nem de ouvir sobre a supremacia dos Fast e se deu bem, com informações mais limpas e despido da paixão por marcas e modelos comprou um excelente barco.

Chegamos na sexta-feira na boca da noite, não nos restou nada além de entrar no veleiro e tomar umas cervejas, o Atitude fica na marina do Farol em Paraty, lugar bonito com um quadro de funcionários atenciosos e prestativos, a facilidade do embarque e o barco atracado no cais me fez repensar a forma de estivar o Vivre.

Todos sabem que o Vivre fica numa poita lá no Saco da Ribeira e o acesso é sempre difícil, mesmo quando eu era sócio da Aumar e usava o serviço de taxiboat deles, o acesso com bote e com o taxiboat é igualmente trabalhoso e desconfortável, ficar com o  Vivre na poita é barato mas não é prático, se a Lena perceber isso vou ter que matar um escorpião que mora no bolso e usar a grana que ele guarda com tanto afinco. Em Ubatuba não existe uma marina com uma estrutura parecida com a da marina do Farol ou do Engenho lá em Paraty, pelo menos não com um preço que eu possa pagar (que atualmente não é muito), mas estou pensando em como resolver isso.

Voltemos ao nosso assunto principal o Atitude, no sábado o windguru dava informações de vento entre 4 e 7 nós durante o dia, eu estava meio ansioso para abrir as velas do Atitude mas o vento não apareceu, então motoramos pela enseada de Paraty, que lugar lindo, paisagens de tirar o fôlego e um tráfego de embarcações intenso, muitas ilhas com atrativos e estrutura para ancorar os veleiros e desembarcar para tomar um refrigerante ou fazer uma refeição, muito legal, acho até que é melhor do que Ubatuba no quesito belezas naturais, mas no quesito vento é muito ruim, como vão perceber mais adiante por lá é vento zero ou ventão, pelo menos foi assim neste final de semana.






O ponto alto do sábado foi a nossa navegação noturna, como eu gosto de navegar a noite, acho que  o barco fica mais perceptível para quem esta embarcado, deve ser porque a paisagem fica apagada e a gente foca mais nos detalhes do mar e do barco, de noite o papo de popa durante a navegação fica mais calmo, um tom abaixo do normal, o plâncton marcando o rastro do barco é lindo. Não conheço a região por isso na ida fui marcando os pontos no GPS, um etrex simplisinho de tudo, e na volta usamos o GPS para nos orientar com segurança.

Não gosto de GPS, dependo dele, mas não gosto, a carta de papel me passa mais segurança, é como ler um livro de papel e um livro digital, me sinto desconfortável olhando a carta através daquela telinha sempre miúda demais pra uma carta náutica, minhas cartas são todas traçadas com minhas rotas e derrotas, com pontos de perigo circulados com caneta vermelha e cheia de coordenadas e linhas de sonhos aguardando para serem realizados, e serão.

- Atento marina do farol, copia veleiro Atitude?
- Prossiga Atitude.
- Solicito apoio para atracar no cais 1, QSL?
- Bem vindo Atitude, o apoio já está chegando.

Imediatamente o bote de apoio da marina apareceu saindo de traz de um veleiro atracado, parecia que estava esperando por nós, e assim terminou nosso sábado com o Atitude, a ideia era sair domingo bem cedo pra almoçar em casa, era...

Continua.

Outra parte de post:
Parte final

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

ATITUDE EM PARATY (PARTE 1)

Quando eu ainda era proprietário da Camposys gostava de atender pessoalmente um cliente específico sempre que possível, o Herbert, e pouco antes de vender a Camposys, por motivos técnicos fomos obrigados a instruir o cliente a trocar o sistema, com pesar demos todo o apoio para a troca do sistema incluindo a conversão dos dados, o que mais me incomodava não era a troca do sistema ou "perder" o cliente empresa, o que incomodava de verdade era "perder" o cliente pessoa, o Herbert logo passou de cliente para amigo, eu gostava de conversar com ele, e em uma dessas conversas descobrimos que tínhamos um interesse comum por embarcações, eu por veleiros no mar e  ele por lanchas nas represa, na época ele me emprestou uma apostila da prova de arrais (isso foi lá por volta 2009) e a apostila ainda esta comigo, pra encurtar, a troca de sistemas foi feita por volta de 2013/2014 e nosso contato foi diminuindo até que se perdeu.
Em abril passado meu telefone toca, era o Herbert, queria uma opinião sobre um veleiro anunciado, a ideia era um veleiro que ele pudesse levar para a represa, veleiros em represa me causam uma certa depressão, um sentimento parecido com aquele que me acomete quando vejo um passarinho cantando na gaiola, é bonito mas triste, realmente acho que lugar de veleiro é no mar, e apesar de toda a tecnologia nos aparelhos celulares atuais o telefone não comportou nossa conversa e acabamos marcando para um dia de velejada no Vivre (o relato desse dia você pode ler aqui), foi um dia fantástico, uma velejada memorável com condições PERFEITAS de mar, vento, temperatura acho até que o universo conspirou a favor. A velejada foi tão gostosa que acabou já com uma nova data para a próxima velejada.


Tirando o bate-papo a nossa segunda velejada foi um desastre total, sem vento nenhum insistimos em tentar velejar e caçar o vento pela enseada do Flamengo, quando o tédio nos venceu e resolvemos voltar a motor para a poita o meu velho tohatso 3.5 me largou na mão e não funcionou, nos arrastamos com uma miséria de vento até a praia do flamengo onde pegamos uma poita emprestada e em seguida estávamos sendo rebocados por uma escuna até a nossa poita, o Herbert tinha conhecido o outro lado da vela, o dia em que nada da certo.

Mesmo depois deste fiasco, nossos contatos foram ficando cada vez mais frequentes, o Herbert iniciou a busca pelo veleiro perfeito, e já não fazia tanta diferença se ele caberia na represa ou não, avaliei vários veleiros por telefone, claro que não era a palavra final, fato é que acompanhei via celular a busca pelo veleiro do Herbert, passamos por várias situações, encontramos um Brasilia 27 com popa aberta e fabricado em 2010, na verdade um paturi que tem um dono que acha que as embarcações são equivalentes, passamos por Fasts, Arpeges, mais paturis, MJs e muitos outros, até que, como sempre acontece, um deles escolheu o Herbert, um Spring 25 muito bem conservado, um barco espaçoso, com cara de dócil, um motorzão novo, velas bonitas, enfim, o barco se apaixonou pelo Herbert e sua família e resolveu expor suas belezas para seduzi-los, e conseguiu. Assim um novo telefonema marca uma nova velejada, agora no Atitude, o veleiro do Herbert.


continua...

Outras partes deste post
Parte 2
Parte final